UERJ 2016 – Questão 4

Linguagens / Português
DICIONÁRIO FEITO POR CRIANÇAS REVELA
UM MUNDO QUE OS ADULTOS NÃO ENXERGAM MAIS
Em abril, aconteceu a Feira do Livro de Bogotá, e um dos maiores sucessos foi um livro chamado Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças. Nele, há um dicionário com mais de 500 definições para 133 palavras, de A a Z, feitas por crianças.
O curioso deste “dicionário infantil” é como as crianças definem o mundo através daquilo que os adultos já não conseguem perceber1. O autor do livro é o professor Javier Naranjo, que compilou informações ao longo de dez anos durante as aulas. Ele conta que a ideia surgiu quando ele pediu aos seus alunos para definirem a palavra “criança”, e uma das respostas que lhe chamou atenção foi: “uma criança é um amigo que tem o cabelo curtinho, não toma rum e vai dormir cedo2”.
Veja outros verbetes do livro e as idades das crianças que os definiram:
• Adulto: pessoa que, em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma3. (Andrés, 8 anos)
• Água: transparência que se pode tomar. (Tatiana, 7 anos)
• Branco: o branco é uma cor que não pinta4. (Jonathan, 11 anos)
• Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro, somente seus filhos5. (Luis, 8 anos)
• Céu: de onde sai o dia6. (Duván, 8 anos)
• Dinheiro: coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos.
(Ana María, 12 anos)
• Escuridão: é como o frescor da noite7. (Ana Cristina, 8 anos)
• Guerra: gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz8. (Juan Carlos, 11 anos)
• Inveja: atirar pedras nos amigos. (Alejandro, 7 anos)
• Mãe: mãe entende e depois vai dormir9. (Juan, 6 anos)
• Paz: quando a pessoa se perdoa10. (Juan Camilo, 8 anos)
• Solidão: tristeza que dá na pessoa às vezes. (Iván, 10 anos)
• Tempo: coisa que passa para lembrar. (Jorge, 8 anos)
• Universo: casa das estrelas11. (Carlos, 12 anos)
André Fantin
Adaptado de repertoriocriativo.com.br, 22/05/2013
Escuridão: é como o frescor da noite. (ref.7)
O verbete citado apresenta uma definição poética para o termo “escuridão”.
Essa afirmativa pode ser justificada pelo fato de a autora do verbete ter optado por:
a) priorizar as crenças antes de se pautar pela racionalidade.
b) construir uma figuração particular sem se ater ao fenômeno físico.
c) expressar seu medo da noite no lugar de descrevê-la minuciosamente.
d) apoiar-se na linguagem denotativa ao invés de elaborar um argumento conotativo.
 

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